LIDERANÇA POR IMPOSIÇÃO NAS EMPRESAS FAMILIARES BRASILEIRAS

REFLEXÕES SOBRE O PARADIGMA

Resumo

A gestão desenvolvida nas empresas brasileiras familiares ainda hoje demonstra traços do passado histórico que remonta à época escravagista, já que suas lideranças mantém o uso de métodos rígidos e impositivos frente à busca de resultados. Este fato embora torne as empresas competitivas, influencia negativamente os ambientes de trabalho que são constituídos por um clima de frustração e desmotivação.  A liderança por imposição, por sua natureza autoritária, forma um vácuo de descontentamento generalizado presente entre os colaboradores, substituindo a responsabilidade das empresas como formadora de pessoas por um papel social menor, na função de reprodutora de uma cultura coercitiva e inibidora da criatividade e inovação.  As empresas familiares devido as identidades estarem estruturadas a partir da pessoa do fundador têm aplicado este comportamento centralizador com a intenção de transmitir aos seus colaboradores o desejado sentido do poder e do mando, a despeito de perceberem ou não a ruptura que geram no elo de envolvimento e comprometimento de seu capital humano.  Este sistema de relacionamento conduz a uma realização obediente, porém, empobrecida, cuja produtividade se mantém à margem de situações decisórias que excluem novas contribuições por parte daqueles que não se encontram em posições de destaque na ótica do poder. O debate do tema, objetivo do presente artigo, traz à luz reflexões sobre os prejuízos no balancete do planejamento por mais expansão e resultados, almejados pelas organizações brasileiras de tradição familiar.